• ALTAR E SACRIFÍCIO: Texto base – Shemot/Êxodo 29:36-37

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- Introdução

Os altares aparecem nas Escrituras de Bereshit a Revelações, no início aparecem como literais e visíveis no fim aparecem como espirituais e simbólicos. É possível que em Bereshit capítulo quatro já houvesse altares para as ofertas de Caim/Qayin e Abel/Hevel, mas é no capítulo oito que encontramos uma citação direta, por ocasião da oferta de Noah após o dilúvio.
O altar era uma estrutura elevada, sobre a qual se realizavam ofertas e sacrifícios. Seu uso transmite a ideia de organização e importância do culto, pois o sacrifício não poderia ser feito no chão, no meio da sujeira, da mesma forma como não costumamos colocar no chão os alimentos que vamos comer. O altar é a mesa, simbolicamente um lugar de refeição com o Altíssimo trazendo o sentido de comunhão e intimidade. No contexto judaico, o povo ia ao Tabernáculo, ou ao Templo, como quem vai visitar o Altíssimo em sua casa e comer com Ele diante a mesa do sacrifício o altar, algumas ofertas eram totalmente queimadas (holocausto) para o Altíssimo (Levítico/Vayikrá 2:9) e outras eram comidas pelo ofertante e pelo sacerdote. (Levítico/Vayikrá 7:28-34)

- Avraham/Abraão construtor de altares

- Um dos principais construtores de altares que as Escrituras nos apresenta é Avraham/Abraão (Bereshit/Gênesis 12:7-8/13:14-18/22:9), os altares eram marcos importantes em sua trajetória representando sua iniciativa no sentido de buscar o Altíssimo sendo fiel e obediente a sua palavra.
Avraham/Abraão atendeu o chamado, agora ele precisava do Altíssimo, já não podia andar ou viver sozinho. Cada novo altar edificado marcava uma nova experiência com o Altíssimo, uma intimidade mais profunda, sua atitude demonstrava emunah/confiança e dependência do Altíssimo.
- Como Avraham/Abraão podemos na nossa trajetória criar um caminho repleto de altares, onde podemos ter experiências mais profundas, intimidade e comunhão com o Altíssimo. Seguindo seu exemplo de fé e obediência, podemos fazer de nossas vidas verdadeiros altares, que serão marcos importantes para o crescimento e amadurecimento espiritual.
- O altar e o sacrifício nos falam sobre o culto (encontro entre o homem e o Altíssimo) e a invocação do nome de Yahuh, é uma imagem que nos ensina sobre oração, fé, louvor, adoração e gratidão, atributos básicos e necessários para os que confessam a fé no nome de Yahushua, em nossa vida manifestaremos todas essas características se fizermos dela um altar, um lugar onde nos encontramos com o Altíssimo.

- Fogo sobre o altar

“O fogo, pois, sempre arderá sobre o altar, não se apagará; mas o sacerdote ascenderá lenha nele a cada manhã, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá continuamente sobre o altar; jamais deverá ser apagado.” Vayikrá/Levítico 6:12-13
- O fogo que ardia sobre o altar no Tabernáculo feito por Moshe/Moisés, não poderia se apagar. O primeiro fogo que ascendeu a lenha do sacrifício depois da consagração formal de Aharon/Arão como sacerdote foi ateado pelo próprio Yahuh (Vayikrá/Levítico 9:24).
Nenhum fogo feito pelo homem era permitido no altar de Yahuh, e este era o motivo vital de os sacerdotes conservarem sempre acesa a chama que veio a existir pela mão de Yahuh, de maneira tão especial.
- O fogo foi aceso de forma sobrenatural (sem intervenção do homem), mas a continuidade do fogo sobre o altar não aconteceria por milagre ou por acaso, era trabalho do sacerdote mantê-lo aceso. Era questão de vigilância, disciplina e alimentação constante das chamas.
-Assim também é o fogo do Ruach/Espírito em nossas vidas, foi aceso de maneira sobrenatural, pois nascemos de novo não da vontade do homem, mas do Altíssimo (Yochanan/João 1:13), agora manter aceso esse fogo é algo que depende de cada um de nós de nossa dedicação, disciplina, obediência e trabalho .Podemos alimentar o fogo ou apagá-lo, Shaul/Paulo instrui claramente a não extinguir esse fogo (1Tesslonicensse 5:19)

- Conclusão

O altar hoje simbolicamente falando é a nossa vida (nossas ações, atitudes e modo de agir), o sacrifício que oferecemos nesse altar é o nosso corpo (vontades, desejos, sentidos), assim teremos um encontro com o Altíssimo e desfrutaremos de intimidade e comunhão com Ele, pois é no altar (uma vida voltada para o Altíssimo, obedecendo e praticando a instrução de sua palavra) mediante os sacrifícios (sujeitando os desejos e impulsos carnais ao Ruach/Espírito) que nós encontramos com o Altíssimo e Ele opera maravilhas em nossa vida pelo poder transformador de sua palavra.
Esse fogo que hoje é o Ruach Ha Kadosh/ Espírito Puro deve ser alimentando “a cada manhã” por cada um de nós, pois essa tarefa é nossa que requer disciplina, obediência, vigilância e alimentação constante por meio da palavra e orações, uma vida em comunhão com o Altíssimo.

“Porém, vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva do Altíssimo, cujo propósito é proclamar as grandezas daquele que vos convocou das trevas para sua maravilhosa luz.” 1Kefa/Pedro 2:9